segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Alonso Rocha: uma biografia

Raimundo Alonso Pinheiro Rocha nasceu em Belém em 15 de dezembro de 1926 e morreu em 23 de fevereiro de 2010, filho do poeta Rocha Júnior e Adalgiza Guimarães Pinheiro Rocha.
Foi IV Príncipe dos poetas do Pará, Raimundo ocupou a cadeira número 32 da Academia Paraense de Letras desde 22 de Novembro de 1996. Por profissão, trabalhou como bancário, atuando também no sindicalismo no período de 1954 a 1976.
 Seu livro de poesias Pelas Mãos do Vento, obteve os prêmios Vespasiano Ramos (1954) da Academia Paraense de Letras E Santa Helena magno (1955) do governo do Estado do Pará. Em (2.004) foi presidente (por 4º. Mandato) da União Brasileira de Trovadores – seção Belém, tendo promovido em 1997 o I Jogos Florais de Belém, bem como o XIII Concurso nacional de Trovas no ano de 2.002/Belém-Pará.
 A trova, forma poética que cultivou somente há pouco tempo, proporcionou a Alonso Rocha inúmeras vitórias em Jogos Florais e concursos pelo Brasil, notadamente no Pará, no Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
 Como sonetista, foi apontado como um dos melhores dos últimos tempos e um dos maiores dos últimos 50 anos do Pará.
 Malba Than, no livro A Lua (editora Luz, Rio, 1955) publicou o seu soneto à “Lua Cheia” e o classificou como “autêntico Príncipe da Poesia Contemporânea.
 Poeta eclético, não aprisionado a escolas e sem preconceito com qualquer forma de manifestação poética, Alonso Rocha foi dinâmico colaborador da gestão e representatividade da Academia Paraense de Letras.

Livros Publicados
-"Pelas Mãos do Vento" (poesia) - 1955
-"Bruno de Menezes" ou a Sutiliza da Transição (Ensaio) - 1994 

-"O Tempo e o Canto" (poesia) - 2009.

Caderno de Trovas
A igreja, as flores e o eleito,
ela de branco e eu tristonho;
foi o cenário perfeito
para o enterro de meu sonho.

Quem se julga eterno herdeiro
de um mundo farto e bizarro,
esquece que Deus – o Oleiro –
cobra o retorno do barro.

Por que tanto preconceito,
cobiça, orgulho e ambição,
se os homens só têm direito
a sete palmos do chão.

Ao lembrar que o teu brinquedo
é decifrar-me, sorrio…
– De nada vale o segredo
de um velho cofre vazio.
[...]

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Reflexão

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”

Rubem Alves