sábado, 16 de abril de 2011

Vínicius de Moraes

Ilustrador:Kleber Sales
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, simplesmente Vinícius de Moraes - o "Poetinha" (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

Vinícius de Moraes nasceu no bairro da Gávea, na então capital da República, passando a infância na Ilha do Governador. Já aos sete anos escrevia sua primeira poesia, gênero que o iria consagrar.
Formado em Direito, ingressou na carreira diplomática, por concurso, em 1943, servindo em Los Angeles, Paris e Montevidéu. Era também formado em Literatura Inglesa, pela Universidade de Oxford.
Desde tão cedo ligado às artes, aos dezenove anos publicou seu primeiro livro poético (Caminho para a Distância). É a fase "mística" do poeta, que segue com Forma e Exegese (1935), com o qual foi premiado, e Ariana, a Mulher (1936).
A partir de 1938, com o livro Cinco Elegias, e depois em Poemas, Sonetos e Baladas (1948), tem início sua fase de versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, carregados de temas sociais.
Poeta essencialmente lírico, popularizou o soneto na língua portuguesa, e esta forma poética tornou-se quase associada ao seu nome. Apesar do reconhecimento, da grande popularidade, Vinícius não fez parte da Academia, em seu tempo muito mais ligada à política que à Literatura...
Boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, Vinícius também era um conquistador. Foram nada menos que nove casamentos, ao longo de sua vida. Moderno, contemporâneo, sua pena marcou a Literatura Brasileira pelo verso alegre, genial, simples e ao mesmo tempo inspirado.
Obra musical
Sua obra poética confunde-se por vezes com a musical, pois alguns poemas foram musicados, quer pelo próprio Vinícius, quer por outros artistas. É o caso do Soneto de Fidelidade, que é declamado por Vinícius na música Eu sei que vou te amar, em gravação feita em dueto com Maria Creusa, lançada em abril de 1972. O poema Rosa de Hiroshima foi gravado pelo grupo Secos e Molhados e posteriormente por Ney Matogrosso.
Vinícius é apontado como integrante da Bossa Nova, gênero criado junto a artistas contemporâneos, como Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra e outros, sendo sua parceria com Toquinho a mais duradoura. Ao longo de sua vida compôs ou gravou junto a grandes artistas, como Chico Buarque, Elis Regina, Edu Lobo, etc.
Esta parceria serviu não só para que Vinícius fosse o mais popular poeta brasileiro, no século XX, mas para que a própria poesia permanecesse viva junto ao grande público.

Em parceria com Toquinho gravaram sucessos como Tarde em Itapoã e Regra Três. A dupla também realizou um projeto específico para crianças, chamado Arca de Noé.
Arca de Noé era o título de um livro que Vinícius tinha lançado na década de 70. Ele e Toquinho compuseram músicas falando de cada animal da arca onde, segundo a Bíblia, Noé protegeu os animais do dilúvio.
Com as canções prontas, a dupla convocou os maiores nomes da MPB da época — Elis Regina, Elba Ramalho, MPB-4, Ney Matogrosso, entre outros — para gravar. A série fez muito sucesso. Foram vários discos e programas especiais de televisão. O que mais impressionava era a poesia das canções, o tratamento dado a cada bicho. É a melhor lembrança que as novas gerações podem ter de Vinicius de Moraes —um poeta sensível ao mundo infantil. 

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"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”

Rubem Alves